A falta de chuvas ainda não traz prejuízos para as lavouras
de Santa Catarina, porém o setor se mantém em alerta. Na manhã desta
sexta-feira (11), a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do
Desenvolvimento Rural e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina (Epagri) reuniram lideranças do setor produtivo e técnico para
discutir os impactos da estiagem no meio rural. Até o momento, as lavouras de
Santa Catarina se desenvolvem normalmente, com atrasos no plantio de algumas culturas,
mas não há previsão de queda na produção ou perda de qualidade na safra de
verão.
"A Epagri vem monitorando a situação meteorológica,
hidrológica e também as safras em Santa Catarina. E nós queremos criar um
ambiente para discutirmos essas informações, auxiliando o produtor na tomada de
decisões. Nossa intenção é minimizar os impactos da estiagem no meio rural
catarinense e tranquilizar a população", destaca o secretário da
Agricultura Ricardo de Gouvêa.
Segundo relatório do Centro de Informações de Recursos
Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), este é o
período de estiagem mais severo dos últimos 10 anos no estado. A maior
preocupação são as baixas reservas de água no solo e mananciais.
"Nós estamos com chuva abaixo da média histórica desde
junho. A boa notícia é a previsão de chuva a partir de segunda-feira (14). A
tendência é de uma semana mais chuvosa, com até 50 milímetros de
precipitação", afirma o meteorologista da Epagri/Ciram, Clovis Correa.
Impactos na agricultura
As chuvas abaixo da média histórica causam um atraso no
plantio de algumas culturas, como tomate, batata, milho silagem, fumo e soja,
segundo informações do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola
(Epagri/Cepa).
"Estamos em plena janela de plantio para as culturas da
safra de verão e a situação ainda está normal para a agricultura, porém a
estiagem prolongada já traz preocupações ao setor. Até o momento não existem
registros de prejuízos ou perdas, caso as chuvas voltem, ainda há tempo para a
situação no campo se normalizar", explica o analista da Epagri/Cepa, João
Rogério Alves.
A maior preocupação é o abastecimento de água para o consumo
animal, principalmente nas granjas de suínos e aves.
Boas práticas de produção
Em tempos de pouca chuva, o produtor rural pode adotar
algumas práticas para minimizar os impactos e garantir uma boa safra. A
recomendação é de que os agricultores não deixem de fazer um bom seguro
agrícola e que procurem fazer o escalonamento de plantio de sua safra, a fim de
minimizar possíveis prejuízos caso a estiagem persista.
O investimento na construção de cisternas ou sistemas de
irrigação também traz mais segurança para os produtores nos tempos de estiagem.
Incentivos do Governo do Estado
Para minimizar os efeitos da falta de chuva, a Secretaria de
Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural mantém diversas
linhas de apoio aos agricultores e pecuaristas. Em cinco anos, o Governo do
Estado investiu mais de R$22,9 milhões na construção de cisternas e de sistemas
de abastecimento de água, além da cessão de uso de 465 distribuidores de água
para os municípios.
