O pedido de impeachment do
governador Carlos Moisés (PSL) sofreu um duro golpe fora da Assembleia
Legislativa. O procurador-geral da Justiça Fernando Comin determinou o
arquivamento da denúncia apresentada por Ralf Zimmer junto ao Ministério
Público de Santa Catarina - a mesma que o defensor público levou ao parlamento
para embasar o impeachment.
Em seu parecer de 13 páginas,
Comin avalia que não existem elementos para abertura da ação civil pública
contra o governador por improbidade administrativa nos procedimentos que
levaram à decisão administrativa que equiparou os salários dos procuradores do
Estado aos da Assembleia Legislativa - resultando um reajuste de R$ 5 mil.
Comin assinala que em todo o processo interno, coube a Moisés apenas autorizar
a análise do pedido e não seu mérito, decidido em atos da Procuradoria Geral do
Estado e da Secretaria de Administração.
- Ausente qualquer conduta do
Governador do Estado sobre o mérito da pretensão, não há que se falar em
atuação ou anuência tendente a privilegiar determinada carreira por meio da
alegada concessão indevida de paridade salarial – o que caracterizaria ato de
improbidade administrativa, sob o ótica do representante - afirmou Comin em seu
parecer, após detalhar toda a trajetória do pedido.
Em seu parecer, o
procurador-geral de Justiça dá uma espécie de puxão de orelhas no defensor
público sobre o pedido de abertura de inquérito contra o governador com base na
equiparação salarial supostamente ilegal.
- O dever de fiscalizar e agir
deve ser avaliado nos limites da razoabilidade, não podendo servir de
justificativa para responsabilização objetiva ou desproporcional, especialmente
em se tratando de estruturas complexas como o governo do Estado. Do contrário,
sempre haveria responsabilização do chefe do poder por atos ímprobos cometidos
pelos demais agentes públicos integrantes dos demais órgãos a ele vinculados na
hierarquia administrativa.
Comin analisou apenas a conduta
do governador, cujos possíveis crimes contam com foro privilegiado junto ao
chefe do MP-SC. As condutas da vice-governadora Daniela Reinehr, do secretário
Jorge Tasca, da Administração, e da procuradora-geral do Estado, Célia da
Cunha, serão analisados pela 12a Promotoria de Justiça, em Florianópolis. Eles
também são alvo do pedido de impeachment apresentado por Ralf Zimmer.
O presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD), admitiu que pode determinar o arquivamento do pedido de impeachment sem a formação da comissão. Embora não esteja expressamente prevista no rito dos processos de impeachment descrito no regimento da Alesc, essa avaliação prévia foi solicitada pelo governo do Estado na entrega da defesa de Moisés, Daniela, Tasca e Célia.
Fonte: NSC TOTAL/ Upiara Boschi
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