Na tarde de terça-feira (06), o
coordenador do Rally da Safra, André Debastiani – camponovense e associado da
Coocam, apresentou os resultados da Safra de Soja 2020/21, em live no Canal do
projeto, no YouTube. Nos últimos 4 meses, 18 equipes de profissionais da
Agroconsult – empresa idealizadora do projeto, colheram amostras em cerca de
1.000 propriedades rurais de 455 municípios de 9 estados do Brasil. Foram mais
de 42 mil quilômetros percorridos.
Com o trabalho à campo,
informações técnicas e dos produtores, o Rally da Safra fez uma radiografia das
lavouras de soja no país, apresentando as características mais relevantes, como
o volume de produção, as questões que acorrem no campo e refletem diretamente
no mercado, entre outras informações.
André ressalta que devido a
pandemia do coronavírus, as visitas presenciais ficaram focadas nas pesquisas
de campo, sem interação presencial com os produtores rurais. Para compensar
esse distanciamento físico, a equipe do Rally da Safra realizou uma série de
reuniões on-line com os produtores e, nestes encontros virtuais, puderam saber
mais sobre os desafios desde o plantio, o desenvolvimento, até a colheita.
“Ao todo coletamos 1092 amostras
em lavouras de soja, com informações de população de planta, grãos por planta,
estádio de desenvolvimento, peso de grãos e umidade, além de incidência de
pragas e doenças, entre tantos outros dados”, comenta André Debastiani.
Santa Catarina
De acordo com os números do Rally
da Safra, o estado de Santa Catarina aumentará a produtividade, comparando a
safra 2019/20 – média de 58,9 sacas por hectare (s/ha) para 62,1 s/ha, apesar
dos prejuízos com o mofo branco, por exemplo – um grande problema na maioria
das lavouras do Sul do Brasil. As irregularidades climáticas causaram prejuízos
nas lavouras precoces.
Mato Grosso
Na região Centro Oeste –
especificamente o Mato Grosso – onde a Coocam tem a filial com a maior área de
produção de soja, foi o estado com mais áreas analisadas. A equipe Rally da
Safra destaca três tópicos que contribuíram com os números obtidos neste ano
naquela região: plantio em tempo recorde; peso de grãos considerados bons,
porém inferior à última safra – que teve produtividade recorde – e o excesso de
chuva entre fevereiro e março. No Mato Grosso a média de produtividade desta
safra ficou em 57,9 s/ha, abaixo da última safra que foi de 60 s/ha. Como houve
um incremento de mais de 350 mil hectares área plantada, a expectativa é de se
manter a produção, cerca de 36 milhões de toneladas de soja no estado.
Rio Grande do Sul
Com chuvas no limite, as lavouras
do estado gaúcho devem elevar a produtividade de soja no Brasil. Apesar da
média produtiva ter passando de 37,1 s/ha para 57,9 s/ha da última safra para
essa, houve atrasos no plantio e outras adversidades que desfavoreceram os
sojicultores do Rio Grande do Sul. Se os
números captados pelo Rally da Safra se mantiverem, o Rio Grande do Sul assume
o 2º lugar como maior produtor do Brasil. O estado ainda está em fase de
colheita.
Recorde triplo
A irregularidade climática é a
principal característica da safra 2020/21 no Brasil. “Mesmo os estados que
bateram recorde na produtividade, sofreram em algum momento, seja no clima seco
no plantio ou excesso de chuva na colheita”, comenta Debastiani. No entanto, a
safra 2020/21 terá recorde de área plantada, produção e produtividade, pelas
indicações do Rally da Safra 2021.
A estimativa de produtividade no
Brasil é de 59,3 s/ha, 2,3 sacas a mais que o ano passado e 0,8 s/ha acima do
recorde anterior, em 2017/18. Já a
produção aumentou 8,5%, cerca de 10 milhões de toneladas, com relação a última
safra. A safra recorde 2020/21 é de 137,1 milhões de toneladas. A área de soja no Brasil deverá ser de 38,6
milhões de hectares, 1,6 milhão de hectares acima da safra anterior,
crescimento de mais de 4%.
Desafios
Apesar das dificuldades, houve
também muitos aprendizados. Um deles foi a importância do manejo adequado do
solo, tanto por meio da construção do perfil de solo quanto da manutenção de
cobertura. “Foi uma safra muito difícil não só para o produtor, que perdeu o
sono em alguns momentos com a falta de chuva e em outros com o excesso de
umidade, mas também para nós que trabalhamos com estimativas de safra. Os dados
de campo desse ano foram fundamentais para que pudéssemos chegar no resultado
dessa estimativa de 137,1 milhões de toneladas”, finaliza André Debastiani.
