Uma família de agricultores do município de Videira, no Meio-Oeste catarinense, ganhou um prêmio após registrar um significativo crescimento na produção de leite. O prêmio da “ATeG Gestão, Resultado que Alimenta” foi entregue pelo Senar.
O produtor Gian Perazzoli é integrante do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e conquistou o Prêmio “ATeG Gestão, Resultado que Alimenta”. Ele teve o trabalho reconhecido no fim de 2023 após alcançar a produção de 12.300 litros de leite por mês.
Conheça a família de agricultores
Em 2010, Gian Perazzoli assumiu o desafio da sucessão familiar e, em 2022, passou a fazer parte do ATeG (Programa de Assistência Técnica e Gerencial).
O projeto é uma iniciativa do Senar/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), órgão vinculado à Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), realizado em parceria com o Sindicato Rural de Videira.
Em entrevista ao Senar, Perazzoli contou que a propriedade produzia 6 mil litros de leite por mês antes da ATeG. Após 17 meses, a produção passou para 12.300 litros/mês.
A mudança se deu devido ao trabalho realizado com auxílio do atendimento à propriedade feito pela técnica de campo da ATeG Suiane Pittol e pelo supervisor técnico Guilherme Romani de Mello.
Com o expressivo resultado, a família de agricultores conquistou o prêmio “ATeG Gestão, Resultado que Alimenta 2023” do Senar. A premiação também reconheceu as equipes técnicas do programa. Suiane Pittol ganhou o Prêmio na categoria Técnico de Campo e Fernando da Silveira foi reconhecido na categoria Supervisor Técnico.
Família de agricultores e sucessão familiar
A família de agricultores Perazzoli, descendente de imigrantes italianos, atuava com produção de suínos e tinha a vitivinicultura entre as principais atividades desde a década de 1980, na região de Videira.
Na época, a produção de leite era destinada à subsistência, sem cunho comercial. Em 2010 a propriedade foi repassada aos pais de Gian e, no mesmo período, a produção leiteira passou a ser comercializada.
Em 2017, Gian assumiu a sucessão familiar. Na época ele tinha apenas 18 anos e trabalhava em um frigorífico e em uma marcenaria, pois a produção de leite não era suficiente para suprir as necessidades da família. Essa rotina intensa perdurou por 5 anos.
Quando Gian assumiu a responsabilidade com a propriedade eram oito vacas em lactação e 12 hectares de terra. Com foco em ampliar a produção e poder transformar as possibilidades de renda, a família passou a criar as próprias novilhas e elevou a quantidade das vacas.
Ainda em 2017, com um financiamento em uma cooperativa de crédito local, foi possível reformar um barracão e construir uma nova estrutura de ordenha e sala de alimentação para os animais. Com isso, o ambiente passou a ter capacidade para atender 23 animais em lactação.
Mas foi em março de 2022 que houve uma significativa mudança, quando a propriedade iniciou a participação na ATeG, começou a receber o suporte da técnica de campo.
Após o diagnóstico da ATeG e a confecção da matriz FOFA, que é o instrumento de análise de negócios, iniciou um novo planejamento estratégico da propriedade.
“O principal objetivo era aumentar a produção mensal em 10 mil litros por mês até o final dos 24 meses de atendimento, aproveitando os animais do plantel e a mesma quantidade de terreno útil”, explicou Gian.
Com o programa, foi possível organizar a produção de alimentos para os animais, além de um controle sanitário, de desenvolvimento e cuidado com todo o processo da produção de leite, desde a inseminação das vacas até o pós-parto.
Mais uma conquista importante da família de agricultores foi a condição de propriedade certificada livre de brucelose e tuberculose, em setembro de 2023.
Para ele, o programa foi um grande marco e, cada vez mais, a certeza de produzir com qualidade prevalece. “Se não fosse a ATeG não estaria mais nessa atividade”, ressalta o produtor.
O sistema Faesc/Senar
Segundo o superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi, somente na bovinocultura de leite, desde 2016, foram atendidos mais de 6.400 produtores em Santa Catarina.
Atualmente, o número de participantes soma 2.715 pessoas nessa cadeia produtiva. “Estamos satisfeitos com a melhoria na gestão das propriedades e os significativos resultados em produtividade, qualidade, redução dos custos e melhoria de renda”, finalizou Gilmar Zanluchi.
