O Conselho Nacional de Educação
(CNE) deve votar na próxima terça-feira (28), em plenário virtual, as
diretrizes que irão orientar as escolas de todo país a como conduzir o ensino
diante da pandemia do novo coronavírus. O documento traz orientações e
sugestões para o ensino superior e para cada etapa de ensino da educação
básica, desde a educação infantil ao ensino médio.
A proposta de parecer sobre a
reorganização dos calendários escolares e realização de atividades pedagógicas
não presenciais durante o período de pandemia de Covid-19 passou por consulta
pública e recebeu mais de 1 mil contribuições.
O CNE decidiu elaborar o
documento devido às várias dúvidas de estados, municípios e escolas sobre se as
práticas adotadas durante a pandemia estavam em conformidade com as normas
vigentes. Uma das questões mais preocupantes é como ficará o calendário escolar
de 2020 e se as aulas e as atividades a distância contarão como horas letivas
ou terão de ser integralmente repostas quando as aulas presenciais forem
retomadas.
Versão preliminar
Na versão preliminar do parecer,
o CNE lista uma série de atividades não presenciais que podem ser consideradas
pelas redes de ensino durante a pandemia. O Conselho recomenda que as atividades
sejam ofertadas, desde a educação infantil, para que as famílias e os
estudantes não percam o contato com a escola e não tenham retrocessos na
aprendizagem.
Na educação infantil, que é
composta por creche e pré-escola, embora a escola possa orientar os pais e
responsáveis na realização de atividades, a recomendação é que elas não contem
no calendário oficial e as aulas sejam todas repostas, pois há impedimento
legal para considerar essas atividades como regulares.
Por não se saber ao certo quanto
tempo durará a suspensão das aulas nas várias cidades brasileiras, o CNE
recomenda que as escolas ofereçam atividades não presenciais, em todos os
níveis de ensino mesmo que não contem como horas letivas oficiais.
Essas atividades, de acordo com o
documento preliminar, podem ocorrer por meios digitais ou não. Podem ser
ministradas, por exemplo por meio de videoaulas, de conteúdos organizados em
plataformas virtuais de ensino e aprendizagem, pelas redes sociais, entre
outros. Podem ainda ser oferecidas por meio de programas de televisão ou rádio;
pela adoção de materiais didáticos impressos e distribuídos aos alunos e seus
pais ou responsáveis; e pela orientação de leituras, projetos, pesquisas,
atividades e exercícios indicados nos materiais didáticos.
O CNE orienta que cada sistema de
ensino, ao definir a reorganização do calendário do ano letivo, considere,
entre outros pontos, realizar uma avaliação diagnóstica de cada criança quando
as aulas presenciais forem retomadas. O objetivo é avaliar o que foi aprendido
nas atividades não presenciais. Além disso, os sistemas são orientados a
construir um programa de recuperação, caso seja necessário, para que “todas as
crianças possam desenvolver de forma plena o que é esperado de cada uma ao fim
de seu respectivo ano letivo”.
“Recomenda-se, em especial, que o MEC e o Inep aguardem o retorno das aulas para definir o cronograma e as especificidades do Enem 2020 de modo a evitar qualquer prejuízo aos estudantes nos processos seletivos às instituições de ensino superior”, diz o texto.
Próximos passos
Após aprovado pelo CNE, o
documento terá ainda que ser homologado pelo Ministério da Educação. Conselhos
estaduais e municipais de educação poderão ainda definir como cada localidade
seguirá as orientações. As decisões finais de como o calendário será cumprido
caberão a estados e municípios.
No Brasil, em todos os estados há suspensão de aulas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. A medida não é exclusiva do país. No mundo, de acordo com os últimos dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que monitora os impactos da pandemia na educação, 191 países determinaram o fechamento de escolas e universidades. A decisão afeta cerca de 1,6 bilhão de crianças e jovens, o que corresponde a 90,2% de todos os estudantes no mundo.
Fonte: NSC-TOTAL
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